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No meu post sobre a Kroton e Estácio de Sá juntas, onde apresento que o resultado líquido da nova empresa é imbatível em termos de investimentos, foi levantada uma pergunta: “… e o investimento em Pesquisa?”

Entre as 100 melhores escolas do mundo não tem nenhuma universidade Brasileira. A USP está no ranking na posição 138º.

Das mil melhores universidades do mundo, pesquisa realizada pelo CWUR (Center for World University Rankings) em 60 países, 224 universidades são americanas.

A China vem em segundo com 90 universidades, o Japão em terceiro com 74 e o Reino Unido em quarto com 65.

O Brasil possui 17 universidades no ranking das 1.000 melhores, todas universidades públicas.

A lista inicia com a USP no 138º lugar, Federal do Rio de Janeiro em 327º, Unicamp em 407º, e várias outras Universidades Federais nas posições de 600º ao 970º.

O ranking completo está no site http://cwur.org/2016.php.

Não é de se esperar um resultado muito melhor do que esse em um país onde dos 100% que se tem de despesas (688 bilhões), apenas 2,5 bilhões são investidos em Ciência e Tecnologia (0,004%).

Mais de 55% do orçamento da união está vinculado ao serviço da dívida interna e externa do país, pois o governo gasta sem lastro.

Nossos pesquisadores fazem milagres nos laboratórios das Universidades Federais.

Muitos investem do próprio bolso para que as pesquisas cheguem ao fim.

Mas qual é a relação de tudo isso com a união da Kroton com a Estácio de Sá?

Simples, basta passar para a iniciativa privada a pesquisa e desenvolvimento do Brasil que as coisas melhoram.

Um bom exemplo é a Coréia do Sul.

Houve primeiro uma consolidação do mercado, como está acontecendo no Brasil, depois houve uma aproximação maior da comunidade empresarial com as universidades.

E por último surgiram os projetos de interesse comum entre as universidades e a comunidade empresarial.

A Coréia do Sul tem 36 universidades no ranking das 1000 melhores, o dobro do Brasil.

A primeira do ranking é Harvard, e não por acaso é a universidade que mais recebe doações para pesquisa no mundo.

Harvard tem um orçamento anual de 40 bilhões.

Metade desse orçamento é obtido por doações que chegam de todo o mundo.

Em 2014 apenas uma família de Hong Kong doou 350 milhões de dólares para pesquisas na área médica.

Apenas para fazer uma comparação, todas as 59 Universidades Federais do Brasil custarão R$ 100 Bilhões de reais em 2016, com o câmbio de R$ 3,7 por dólar, o equivalente a 27 Bilhões de dólares.

Ou seja, se juntarmos todas as Universidades Federais Brasileiras não dá o orçamento de Harvard.

Por que funciona na Coréia do Sul, nos EUA, e não funciona no Brasil? Três problemas.

Primeiro o dinheiro da pesquisa, mesmo que seja pouco, é dividido entre 16 ou no máximo 20 universidades.

Segundo, os projetos são definidos pelos acadêmicos sem discussão com a comunidade.

Terceiro, por um ranço antigo de esquerda, os pesquisadores brasileiros se afastam o quanto podem da comunidade empresarial.

Com escolas privadas grandes, e com necessidades de projeção mundial, como a consolidação do mercado brasileiro vai propiciar, essas universidades terão capacidade de investimento em projetos de interesse da comunidade empresarial, e a pesquisa no Brasil vai crescer.

O processo na Coréia do Sul levou 20 anos para acontecer.

Espero que no Brasil seja mais rápido.

Mas se acontecer em 20 anos, ainda será bom para o país.

Quem sabe em 2036 não tenhamos o dobro de universidades na lista das 1.000 melhores universidades do mundo, e essas novas universidades sejam todas privadas.

Para mais informações entre em contato com: mkt@tmh.com.br ou ligue para 11.5041.2565