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Em 2004 quando iniciamos o projeto de revisão dos processos da Rede Pitágoras em Belo Horizonte, e assistimos uma apresentação da CFO na época, poucos acreditariam que aquele plano estratégico tivesse o sucesso que teve.

A ideia era montar uma IES (Instituição de Ensino Superior) baseada no modelo de uma escola de muito sucesso nos EUA, chamada Apollo.

Kroton hoje é uma cidade da Itália, chamada Crotone, mas no passado foi uma cidade grega, a cidade onde nasceu Pitágoras.

O nome foi escolhido para que as origens nunca fossem esquecidas.

O projeto previa conversar com investidores de Venture Capital e realizar um IPO em 2007.

Hoje tudo isso é história.

Tudo aconteceu conforme havia sido planejado naquela época, 12 anos atrás.

É claro que durante esse percurso de 12 anos muitos dos principais articuladores do crescimento da Kroton já não estão mais na empresa, e de aquisição em aquisição, novos gestores foram incluídos no colosso que é essa empresa hoje.

O que realmente mudou nesses 12 anos?

Em 2004 existiam mais de 5.000 IES no Brasil, onde 80% eram escolas familiares com menos de 3.000 alunos.

Hoje a maioria dessas IES foram vendidas ou incorporadas pelas 10 maiores EIS do Brasil.

A Kroton possui um milhão de alunos, e agora com a fusão com a Estácio de Sá chegará a 1,6 milhões de alunos.

A fusão ainda precisa ser aprovada pelo CADE.

Do lado da Kroton está o fundo Advent e do lado da Estácio o GP.

Briga de cachorro grande.

O mercado está muito concentrado, as 10 maiores IES do Brasil responderam por 46% de todas as matrículas em 2015, onde a Kroton e a Estácio responderam por aproximadamente 23%.

Ou seja, 50% das matrículas das 10 maiores estarão com essas duas IES, agora uma.

E isso é apenas o começo, pois veremos nos próximos 5 anos uma onda forte de fusões e aquisições entre as remanescentes.

UNIP, Laureate, PUC, Uninove, Uninter, Treviso e Ser terão que decidir em enfrentar esse colosso sozinhas, ou se unir.

Se todas se unirem ainda assim serão menores que a Kroton/Estácio.

Por que a Kroton atraiu tantos investidores e conseguiu caixa para fazer tantas aquisições?

Você não aplicaria em uma empresa que consegue obter um lucro líquido de 39%?

A Kroton tem atração de mercado porque é muito lucrativa.

É muito lucrativa porque possui muita economia de escala.

A economia de escala permite que os custos fixos sejam mínimos.

A Kroton foi a primeira IES a montar um CSC (Centro de Serviços Compartilhados) e também foi a primeira a montar um CSA (Centro de Serviços Acadêmicos).

Essas duas metodologias de retaguarda fazem com os custos fixos fiquem bem baixos.

O que permite que a IES cresça em várias frentes, principalmente no ensino a distância.

A THOMPSON foi a primeira consultoria a desenvolver um CSC e um CSA para uma IES no Brasil, justamente para a Kroton.

Muitas IES estão buscando implementar essa metodologia, mais ainda estão longe de conseguir fazer isso.

Falta experiência.

As resistências são enormes.

Para quebrar essas barreiras, tem que ser alguém de fora, que quebre a resistência, implante o CSA, e se retire da empresa assim que o projeto esteja implementado.

Vamos assistir os próximos passos desse mercado após a aprovação do CADE, que com certeza acontecerá.